domingo, junho 29, 2008

Roger Hodgson com vista para o Porto


Provavelmente para muitos este é um nome desconhecido. Mas se eu referir o nome Supertramp, banda britânica que se notabilizou nos anos 70 e que ainda hoje rola na maior parte das rádios, para alguns o nome do senhor da fotografia já não será tão estranho. E se ainda acrescentar nomes de temas como The Logical Song, Take The Long Way Home, Breakfast In America ou Give A Little Bit, a maior parte já se recordará desta voz. Pois é. Roger Hodgson, ex-vocalista dos Supertramp e que a partir de 1983 prosseguiu a sua carreira a solo, vai actuar no Cais de Gaia no próximo dia 15 de Julho pelas 21h30. Aqueles temas que referi não vão faltar com toda a certeza. Só por isso já vale a pena ir a este concerto. Mas não só por isso. O local, junto ao Rio Douro e com vista priveligiada para a cidade do Porto, não podia ser melhor. A juntar, muito provavelmente, a uma boa noite de Verão. É ainda importante referir que os bolsos podem ir vazios porque a entrada é livre. Porreiro. Definitivamente, este ano Vila Nova de Gaia está destinada a receber grandes nomes da música internacional. Depois dos The Waterboys, de Peter Murphy, de Joe Cocker, segue-se agora Roger Hodgson. Velhos nomes, portanto. Os veteranos agradecem. Eu também.




Roger Hodgson. Take the Long Way Home

sábado, junho 28, 2008


Um dia destes não me escapas.

sexta-feira, junho 27, 2008

terça-feira, junho 24, 2008

noite de artistas


não há noite como esta. não há volta a dar. seja com bom ou mau tempo. a bem dizer, o orvalho que começou a cair quando ainda o dia se estava a pôr é parte integrante das tradições desta festa. cheira a sardinha assada. maravilha, vamos a isto. a cidade é o palco. o público, as gentes, são os artistas. que querem música de outros artistas sejam eles quem forem. música essa que está presente em qualquer canto. os artistas, nós portanto, deambulam pelas ruas, ontem escorregadias, empunhando alhos-porros, martelos (que até sobravam desta vez) ou manjericos. aqueles objectos que não podem nunca faltar. ou até mesmo nada. mas quem diz que não acha graça ao martelinho acaba sempre por não resistir. caminham foliões (alguns nem por isso, mas muito poucos) porque a noite a isso obriga. dia 24. céus iluminados. não há noite como esta. aqui e ali, os bailaricos. modernos ou tradicionais. e o orvalho deixa de ser orvalho e engrossam-se os pingos. os bailaricos não param. nem por isso os balões ficam em terra. e os copos enchem mais um bocadinho. a noite parece não ter fim. das fontaínhas aos aliados, descendo para a ribeira e acompanhando o rio por miragaia, massarelos, foz, até ao castelo do queijo. s. joão. o porto tem a melhor noite do ano. palmas aos artistas.




Dead Combo. Quando a alma não é pequena.

segunda-feira, junho 23, 2008



manual de instruções
para a noite de hoje

aqui



Bom S. João

domingo, junho 22, 2008

Nas Fontainhas é de estalo! (...)

A fonte das Fontaínhas, fotograda por Domingos Alvão em finais do séc. XIX. Local onde desde sempre pode ser vista a mais tradicional das cascatas sanjoaninas


A noite veio das mais fluidas, com um céu azul-escuro, pouco luar. Eles saíram no alvoroço meridional das festas, e Flora sentia o coração com risos, e achava lindos os balões venezianos das ruas, em túneis feéricos, de indianos brilhos. Ao pé das cascatas o povoléu empurrava-se. A música tocava o São João. E os bandos de festeiros passavam com violência, de braços dados, chapéus de palha, cantarolando em coro. A alegria doidejava, peninsular e rumorosa com a tontura do vinho e de amores. Das janelas cheias deitava-se fogo, dentro corria um bem-estar risonho e na rua compacta ia um frémito – como se em toda aquela gente houvesse umas grandes núpcias de coração. Os buscapés rabiavam; (...) e no azul veludoso os foguetes estoiravam em girândolas, e punham lágrimas.

Júlio Brandão


A mesma fonte, aqui vista por Jorge Ricardo Pinto em Dezembro de 2006

sexta-feira, junho 20, 2008

S. João

( ou a noite que nunca deixa de ser criança )

Por Carlos Romão

Lá pela meia-noite, deitar-se-ia o fogo ao mastro, o gato, para gáudio geral, daria um salto de metros antes que virasse churrasco, os "noivos" desapareciam nas chamas com o estrondo de uma bomba mais potente, e as risadas e os descantes ecoavam por vales e cabeços. Depois, era a corrida individual às sortes (pôr a roupa na janela, deitar bochechos na rua, regar os campos, espetar a tesoura na peneira...), era o passeio aos pares ou em pequenos grupos até às fontes, e era o encontro secreto dos rapazes que pela noite tratariam de deslocar alfaias e vasos e de atravancar caminhos e cancelas com toros, pedras e ferros velhos.
O S.João do Porto (não falemos do de Lisboa, tão pobrezinho, como aliás o Santo António) veio revelar-me elementos novos da festa são-joanina (cascatas, rusgas, alhos-porros ou martelinhos...), mas nenhum que permitisse pensar num modelo diferente de um modelo rural. Sabe-se, aliás, que se o S.João do Porto já se festejaria de modo essencialmente idêntico no século XV e o de Braga no século XVI, as suas motivações, os seus ritos e até as suas intensidades emotivas teriam então como hoje correspondências não só em aldeias portuguesas mas também em vários lugares de diversos continentes.
Isso explica-se não só pela mesma herança de tradições pré-cristãs (dir-se-ia dionisíacas) como também pela mesma necessidade de representações do combate do Verão com o Inverno, e de ritualizações de profilaxia, de propiciação ou de fecundidade da mãe terra e do que ela ou por ela se traduz.



Por Carlos Romão

quinta-feira, junho 19, 2008

Dizem que são Maus Hábitos...



Eu provavelmente não vou mas recomendo.

Antes dos Maus Hábitos podem encontrá-los, por exemplo, no Porto de Escuta.

segunda-feira, junho 16, 2008

Recordar o melhor S.João de sempre

Texto escrito pelo meu amigo e co-fundador do Portus Cale, João Miranda. Qual enviado especial.

( 23/24 de Junho de 2007)

Longa e memorável

O Porto saiu à rua e encheu-se de alegria. Como se previa foi a noite mais longa do ano e a que no dia 31 de Dezembro se encontrará mais viva na minha memória.
O Portus Cale percorreu o Porto e viveu experiências que ficarão gravadas por muito tempo no nosso consciente. Para o caso de essas memórias se irem desvanecendo ficam também gravadas neste espaço.
Para o JE a festa começou na Avenida dos Aliados ao som de José Cid. Para mim começou à saída da estação de metro de
S. Bento com as primeiras marteladas a serem distribuídas. Rapidamente nos misturamos na multidão que mais não era do que um grande grupo de amigos. Contra essa multidão, que se dirigia para a ribeira, subimos os clérigos e definimos o ponto de onde assistiríamos ao iluminar dos céus quando o relógio marcasse 00h00: o mirante da rua da Bataria da Vitória. Aí decidimos procurar o "Porto profundo". Próximo destino: escadas dos guindais. Descemos em zigue-zague até à ribeira e voltamos a subir até ao miradouro junto ao Convento de S. Bento da Vitória que o dia 24 aproximava-se a passos largos.



Vista do fogo da janela de minha casa

Depois do colorido e estrondoso fogo de artifício juntamo-nos ao Conjunto António Mafra e na Avenida dos Aliados dançou-se ao som de clássicos como "Sete e pico" e "Arrebita, arrebita arrebita". O povo arrebitou e um senhor visivelmente embriagado pelo espírito do S. João e não só decidiu perguntar-nos se nos podia beijar!!! Achámos que o espirito do S. João tem limites e gentilmente declinámos. Ainda na Avenida dos Aliados o JE ia-se vendo privado do seu primeiro martelo da noite (ao todo foram 3) quando uma criança gostou tanto do martelo que decidiu "palma-lo" das mãos do meu amigo e desatar a correr.
Martelo recuperado achámos que a Avenida dos Aliados já nos tinha dado o suficiente e decidimos dirigirmo-nos para a ribeira que acabou por ser apenas um ponto de passagem para o nosso destino final: Castelo do Queijo. Integramo-nos na romaria que se dirigia para as praias da foz sem saber bem o que nos esperava. Conhecemos uns "amigos" do Alentejo que nos asseguraram que estavam a adorar a experiência apesar de "um pouco cansados".
Continuámos a viagem e o melhor momento da noite estava ainda por vir. Já na
Avenida Brasil descobrimos um novo tipo de música: o ska. De uma carrinha antiga da Volkswagen, daquelas que associámos automaticamente aos hippies e que vimos em filmes como "Little Miss Sunshine", saía um ritmo contagiante ao qual nos decidimos juntar. Quem passou por ali depois das 04h00 concerteza reparou num grupo de 7 pessoas dançando como se não houvesse amanhã. Para vocês só uma pergunta: porque não se juntaram a nós? E cansaço não conta como desculpa. Foi o momento mais alto da noite e ali ficámos uma hora aos pulos qual tribo africana a pedir chuva aos deuses.
Mas a fome apertou e lá nos dirigimos para o Castelo do Queijo onde comemos um dos últimos cachorros quentes da roulote. A noite para nós estava a acabar e cada um sonhava já com a sua cama. O sonho tornou-se realidade às 08h00 quando caí na cama com a noção de que tinha terminado a melhor noite do ano. Não tenho provas mas tenho cá para mim que dormi com um amplo sorriso nos lábios.

Em jeito de agradecimento ao "pessoal da carrinha" deixo aqui uma amostra do "som do S. João de 2007":





*Reposição do post publicado no dia 26 de Junho de 2007.

sábado, junho 14, 2008

Linha dos campeões #1





Metro do Porto
premiado como melhor novo metropolitano ligeiro do mundo


in Público, 14/06/2008, pág. 23

sexta-feira, junho 13, 2008


Linha dos campeões.

quarta-feira, junho 11, 2008

I Feel It All, I Feel It All, I Feel It All


Foi um concerto simples. Tão simples como diz o título da música. 1 2 3 4. Nada de grandes artíficios, daqueles que parecem estar na moda. Simples. Onde a música era e foi o mais importante. Aliás, foram dois concertos. A primeira parte esteve a cargo dos desconhecidos britânicos Lawrence Arabia. Trouxeram um folk-rock cativante, e era ver no fim uma boa parte do público a levar o primeiro e até agora único álbum deles para casa. Prova, portanto, da boa abertura que proporcionaram.
Estar perto de um palco com Feist não é a mesma coisa que olhar para uma fotografia dela. Evidente. Feist apresentou-se vestida totalmente de branco, o que lhe dava um ar de fada. Daquelas fadas que entram nos nossos melhores sonhos. Ela é bonita, simpática e só por isso merece palmas. Tem um sorriso contagiante que nunca a abandona. Ensaia coros com o público. E, mais do que isso. A voz. Uma voz magnífica. Quase sempre de veludo, mas quando necessário áspera. Para além disso, as guitarras. Qual delas a mais bonita. Qual delas a que melhor lhe fica nas mãos. Ela nunca as deixa ficar mal, seja a tocar de pé, sentada no chão ou de joelhos. E no fim das músicas levanta-as o mais alto que pode. I Feel It All, One Two Three Four, Secret Heart, To Limit Your Love e Gatekeeper foram alguns dos momentos altos de um grande espectáculo. Não vou dizer que foi o concerto do ano porque muitos ainda estão para vir, mas ficará na galeria dos melhores, certamente. I Feel It All, I Feel It All, I Feel It All. Foi assim. Ontem no Coliseu.

Dantes, o Porto #1

segunda-feira, junho 09, 2008

1 2 3...



FEIST




Esta Terça, 21h00, no Coliseu


Sábado de manhã






Serralves em Festa


sexta-feira, junho 06, 2008

Serralves

Carlos Alberto Cabral
senhor de boas heranças
sonhou em si passear
em alamedas cheirosas
a buxos quando molhados.

Castanheiros e camélias,
azáleas e loureiros
heras, roseiras, hortenses,
choupos, cedros e pinheiros
num parque meio assustado
pouco comum à cidade.

Carlos Alberto Cabral
senhor Conde de Vizela
quis um punhado de artistas
lhe fizesse esta gaiola
cheirosa a eucalipto.

Juntou granito, azulejos,
ferro forjado, rebocos,
persianas de ripinhas
e betão concretizado.

Fez estender uma cascata
de turquesa matizada
inda da sala da casa
até quase ao pé do rio.

Carlos Alberto Cabral
senhor de boas heranças
sonhou em si passear
num Éden estreito arejado
bloqueado na cidade
sempre invicto, quase invicto.



Pedro Miranda Albuquerque

quarta-feira, junho 04, 2008

Mundo Serralves


SERRALVES EM FESTA!

07 - 08 JUNHO 2008

8h00 Sábado - 24h00 Domingo

Saber muito mais, aqui.

segunda-feira, junho 02, 2008

domingo, junho 01, 2008

Bonança!

Vampire Weekend @Casa da Música

É costume dizer-se que depois da tempestade vem a bonança. Sexta e Sábado os palcos foram a Casa da Música e o antigo cinema Passos Manuel, respectivamente. No primeiro, houve rock de estilos diferentes. No segundo, fado. Mas atenção, fado ao lado! Recuemos. O ambiente Clubbing da Casa da Música é, de facto, especial e só mesmo lá eu pude comprovar isso. Conheci o edifício como o nunca tinha visto e tive a sensação de estar na hora certa no lugar certo. E estava mesmo. Só não estive totalmente porque não assisti ao concerto dos Young Marble Giants, e devia tê-lo feito. Perto da 1h30 subiram ao palco da sala 2 os Vampire Weekend, que não desiludiram quem lá esteve. Bem pelo contrário. Foi entusiasmante a actuação deles e só tenho a lamentar não terem mais umas quantas músicas. A seguir, These New Puritans. Talvez um dia destes volte a ouvi-los.
Sábado. Auditório Passos Manuel repleto e rendido no fim. Os Deolinda sim, encantaram. Para aqueles que se possam assustar com a palavra fado, deixo uma sugestão. Ouçam os Deolinda. Se possível com as letras a acompanhar. Fado. Ao lado! Fado. Bonança!

Deolinda