Texto escrito pelo meu amigo e co-fundador do Portus Cale, João Miranda. Qual enviado especial.
( 23/24 de Junho de 2007)
Longa e memorável
O Porto saiu à rua e encheu-se de alegria. Como se previa foi a noite mais longa do ano e a que no dia 31 de Dezembro se encontrará mais viva na minha memória.
O Portus Cale percorreu o Porto e viveu experiências que ficarão gravadas por muito tempo no nosso consciente. Para o caso de essas memórias se irem desvanecendo ficam também gravadas neste espaço.
Para o JE a festa começou na Avenida dos Aliados ao som de José Cid. Para mim começou à saída da estação de metro de S. Bento com as primeiras marteladas a serem distribuídas. Rapidamente nos misturamos na multidão que mais não era do que um grande grupo de amigos. Contra essa multidão, que se dirigia para a ribeira, subimos os clérigos e definimos o ponto de onde assistiríamos ao iluminar dos céus quando o relógio marcasse 00h00: o mirante da rua da Bataria da Vitória. Aí decidimos procurar o "Porto profundo". Próximo destino: escadas dos guindais. Descemos em zigue-zague até à ribeira e voltamos a subir até ao miradouro junto ao Convento de S. Bento da Vitória que o dia 24 aproximava-se a passos largos.
Depois do colorido e estrondoso fogo de artifício juntamo-nos ao Conjunto António Mafra e na Avenida dos Aliados dançou-se ao som de clássicos como "Sete e pico" e "Arrebita, arrebita arrebita". O povo arrebitou e um senhor visivelmente embriagado pelo espírito do S. João e não só decidiu perguntar-nos se nos podia beijar!!! Achámos que o espirito do S. João tem limites e gentilmente declinámos. Ainda na Avenida dos Aliados o JE ia-se vendo privado do seu primeiro martelo da noite (ao todo foram 3) quando uma criança gostou tanto do martelo que decidiu "palma-lo" das mãos do meu amigo e desatar a correr.
Martelo recuperado achámos que a Avenida dos Aliados já nos tinha dado o suficiente e decidimos dirigirmo-nos para a ribeira que acabou por ser apenas um ponto de passagem para o nosso destino final: Castelo do Queijo. Integramo-nos na romaria que se dirigia para as praias da foz sem saber bem o que nos esperava. Conhecemos uns "amigos" do Alentejo que nos asseguraram que estavam a adorar a experiência apesar de "um pouco cansados".
Continuámos a viagem e o melhor momento da noite estava ainda por vir. Já na Avenida Brasil descobrimos um novo tipo de música: o ska. De uma carrinha antiga da Volkswagen, daquelas que associámos automaticamente aos hippies e que vimos em filmes como "Little Miss Sunshine", saía um ritmo contagiante ao qual nos decidimos juntar. Quem passou por ali depois das 04h00 concerteza reparou num grupo de 7 pessoas dançando como se não houvesse amanhã. Para vocês só uma pergunta: porque não se juntaram a nós? E cansaço não conta como desculpa. Foi o momento mais alto da noite e ali ficámos uma hora aos pulos qual tribo africana a pedir chuva aos deuses.
Mas a fome apertou e lá nos dirigimos para o Castelo do Queijo onde comemos um dos últimos cachorros quentes da roulote. A noite para nós estava a acabar e cada um sonhava já com a sua cama. O sonho tornou-se realidade às 08h00 quando caí na cama com a noção de que tinha terminado a melhor noite do ano. Não tenho provas mas tenho cá para mim que dormi com um amplo sorriso nos lábios.
Em jeito de agradecimento ao "pessoal da carrinha" deixo aqui uma amostra do "som do S. João de 2007":
*Reposição do post publicado no dia 26 de Junho de 2007.
segunda-feira, junho 16, 2008
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