Não era assim o nome deste poema.
Eu queria, de novo, o entrecruzar dos
corpos à hora do almoço descendo
as escadas da Lello.
Não sei porque arbitrária razão vejo
descer o retrato pintado em tábua.
Seus olhos dão fogo os meus dão-
lhe água
a menos que me dê o caminho da lua.
Não era assim. Era a hora do almoço.
Desciam as escadas vindos das nuvens
do lamento das aves
do murmúrio do vento. Vinham,
não, vinha do escuro
retrato longe dos olhos e
desta acabada história. A um canto,
como se fosse um café de estudantes,
juro um amor de sempre.
Descendo as escadas
longe dos livros
longe das nuvens
longe de tudo.
João Miguel Fernandes Jorge
in Ao Porto, Colectânea de Poesia sobre o Porto, Publicações D. Quixote, 2001
domingo, maio 06, 2007
As escadas da Lello
Livraria Lello, Rua das Carmelitas, Porto
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5 comentários:
Excelentes perspectivas destas escadas. Permita-me que goste mais da foto de cima.
A melhor das livrarias! :)
linda :)
Sem dúvida um local especial.
Abraço
Excelentes fotos, excenlente poema.
Nota-se a magia do espaço onde a cultura enterra segredos e pede ao relógio o tempo devido para os desenterrar com cuidado... bem devagar...
:)**
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