terça-feira, novembro 28, 2006

Que futuro?


A ponte D. Maria Pia, desactivada há 15 anos e que segundo Eiffel foi construída " no limite das possibilidades clássicas da construção metálica", continua, aos 129 anos, sem saber o que lhe reserva o futuro. A obra de Seyrig continua abandonada e devido ao grau de degradação que já a atinge existe "o sério risco de a ponte ter de ser demolida".
Não se pode dizer que seja por falta de projectos que a Ponte D. Maria Pia continue sem vida. Entre as hipóteses para a reutilização encontram-se mantê-la como ligação ferroviária para um comboio turístico entre a alfândega do Porto e as Caves de Gaia; reconvertê-la numa pista ciclo-pedonal; transformá-la numa linha de eléctrico com vocação turística, que ligasse os jardins do Palácio de Cristal ao Convento de Santo António, no vale da Piedade, em Gaia; incluir a sua estrutura na rede de metro; ou simplesmente instalar infra-estruturas destinadas à restauração ou a um miradouro. No entanto, todas estas hipóteses acabaram por ser abandonadas e não foram postas em prática.
Enquanto não se decide que rumo dar a esta notável obra de engenharia resta-nos esperar. Esperemos que quando alguém se decidir nao seja tarde demais.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Ao "artista completo"


Que mau tempo estará a fazer no Porto?
Manhã triste, pela certa.
"Todos por um", Mário Cesariny

sexta-feira, novembro 24, 2006

Detesto esperar...


Estação de S. Bento


Detesto esperar. Sempre acreditei mais no provérbio "Quem espera desespera" do que em "Quem espera sempre alcança". Destesto esperar por pessoas, por acontecimentos, por transportes, por uma hora, enfim, detesto esperar. Mas, como para tudo, há uma excepção que confirma a regra. No meu caso a excepção é a Estação de S. Bento. Há algo nesta estação erigida sobre o antigo convento de S. Bento que faz o tempo passsar mais rápido e que suaviza a "tortura" da espera. Talvez os magníficos azulejos com pedaços da história do Porto e do Douro que me fazem viajar no tempo. Talvez o constante entra e sai de pessoas desvie o meu olhar dos ponteiros do relógio. Não sei bem. O que sei é que a estação de S. Bento além de ser um dos mais bonitos monumentos da cidade do Porto é também um excelente local para se esperar.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Porto (de abrigo)


Porto encantado
De sombras inquietas,
És o mais belo fado
Escrito por poetas.

Oh! Porto desajeitado
De singular silhueta
Foste esboçado
Pela medida certa.

Porto que navegas
Pelas ondas da paixão,
Porque não me levas
Ao encontro da tua imensidão?

Procuro no teu seio
A vida que creio
Tens para me dar,

Percorrendo o teu esteiro
De mãos dadas o dia inteiro
... a namorar.


Claro que o meu Porto (de abrigo) é a Liliana!

Do meu amigo, Cristóvão Sousa



segunda-feira, novembro 20, 2006

"Talvez pensar...o Porto"

Jardim da Arca D´Água

Talvez as folhas do outono sejam a pele sensível da cidade.

Diego Martinez Lora, autor peruano - português

domingo, novembro 12, 2006

Recuar no tempo em 2007


Os jornais anunciam hoje o regresso do eléctrico à Baixa no próximo ano. Que assim seja, mas já em Janeiro! Estou ansioso por entrar na Batalha, e a partir daí, sentado num "americano", descer 31 de Janeiro, subir os Clérigos, voltar a descer na Restauração e chegado a Massarelos, acompanhar o Douro até ao Passeio Alegre. E no fim, agarrar na corda de cabedal, e puxá-la para fazer soar a sineta de paragem...

quinta-feira, novembro 09, 2006

O homem das castanhas

...
A mágoa que transporta a miséria ambulante
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.
J. C. Ary dos Santos
E porque não, em época de S. Martinho que nos brinda com um sol magnífico, o prazer de caminhar na Baixa ao sabor de umas castanhinhas "quentes e boas"? O Portus Cale lança o desafio. Aproveitem!

domingo, novembro 05, 2006

Memorável


O Coliseu do Porto encheu para comemorar os 25 anos de carreira de Rui Veloso, numa noite que ficará para sempre na memória de todos os presentes. Uma noite merecida não só para o cantor mas também para o público que o tem acompanhado ao longo destes anos, porque, segundo ele, "isto não seria possível sem vocês".
Num concerto dominado pelos blues, com um início improvisado, aproveitado para dar as últimas afinadelas aos instrumentos, o público "apareceu" em Porto Côvo. Ao sentir o primeiro feed-back, Rui Veloso, começou também com as suas características e oportunas intervenções no intervalo das músicas. A plateia ria e aplaudia. E com o surgir dos amigos convidados, primeiro a "boysband de garagem" Azeitonas, depois Jorge Palma, Tim, Vitorino e João Gil, que completaram os Rio Grande, ainda Mariza e por último a espanhola Luz Casal, a intimidade foi aumentando. Amigos que participaram emotivamente na festa, cantando com Rui alguns dos seus maiores êxitos. Os Azeitonas talvez admirados com o Coliseu, aproveitaram para tirar algumas fotografias em pleno palco, os Rio Grande trouxeram A fisga e enviaram o Postal dos correios, e Mariza esteve no momento alto da noite cantando com Rui, Porto sentido. Como não podia deixar de ser, passaram no palco canções marcantes, como A rapariguinha do shopping, O trolha da Areosa, Lado lunar e Nunca me esqueci de ti, entre outras. A caminhar para o fim das três horas de concerto, o Coliseu dançou com Chico Fininho, sentiu o som da harmónica (e "gritou"...Rivoli) em Paixão, atirando depois um Primeiro beijo de despedida. Porque o prometido é devido.
Apetece-me terminar com uma frase que ouvi alguém gritar incessantemente do público, aqui há uns anos, pelo S.João, também num concerto de Rui Veloso, mas desta vez na Praça: "Ah ganda Rui !!!"

quinta-feira, novembro 02, 2006

Música(s) da nossa vida

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar
...
Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.
...


Hoje e amanhã, pelas 22h00, Rui Veloso a comemorar 25 anos de carreira, actua no palco do Coliseu do Porto. O espectáculo "Os vês pelos bês", que já tem lotação esgotada para os dois dias, promete fazer recordar e avivar as melhores músicas do intérprete-compositor "portuense". As suas belas canções, consideradas intemporais, vão contar ainda com a participação dos convidados especiais Marisa, Rio Grande, Azeitonas e a cantora espanhola Luz Casal, criando, certamente, um acrescento de riqueza e variedade musical ao concerto.