Manoel de Oliveira
"Sei que me sinto agarrado. Os frangos quando nascem seguem um movimento: o que se deslocar ao lado da "mãe" primeiro é o que ela toma por mais afectivo. Connosco acontece o mesmo. Nasci, conheci a Rua de Cedofeita, a Praça Carlos Alberto, os Leões, a Universidade, as Carmelitas, a Praça da Liberdade, a Estação, tudo isso... O Porto mudou muito. Para quem nasceu numa cidade e a conheceu de um modo, muita coisa se perdeu. Gosto de me dar bem com as pessoas. Há coisas que continuam a existir no Porto, muitas outras já desapareceram, mas continuam a existir na minha memória, exactamente como elas eram - e como já não são agora. Nós habituámo-nos e afeiçoámo-nos à terra onde nascemos."
in Porto em Revista, Edição 2008
2 comentários:
"Há coisas que continuam a existir no Porto, muitas outras já desapareceram..."
É por estas e por outras que no seu centenário este senhor vai recusar as honras da cidade...
e não só. parece que é um homem integro e disposto a lutar pelas suas ideias, raro nos tempos que correm. também é facilitada da tarefa de rejeitar, sendo o actual presidente da câmara um verdadeiro primata no que ao investimento na cultura e na cidade diz respeito.
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