segunda-feira, abril 21, 2008

Do outro lado do rio


Um cálice de Porto


Um cálice de Porto vê-se nas contiguidades
que oferece de tempo e lume cumpridos.
As pessoas sentam-se em volta,
clareira a preencher
o que vai faltando de gravidade.
Se atrai como a terra e nele se excedem
os afagos da vinha, perguntemos às palavras
que se acumulam no vidro, o bordo
onde uma certa tristeza, como se fosse barco,
encosta, à espera desse breve fulgor.
Quem o abandonará no Tabor, onde os véus
da transfiguração, o corpo a libertar-se,
assumem o equilíbrio dos cristais?
Eis o vinho na boca dócil turbulência.

3 comentários:

Vânia Monteiro Dias disse...

gosto! e da frase aqui do lado também :D*

João Miranda disse...

Quase que se vê a minha casa. :)

Anónimo disse...

Boa foto e excelente frase de acompanhamento. Faz-me lembrar momentos bons que passei.beijinhos estrelicia