A menina veio mas não encantou. Não foi um concerto do tamanho da Torre dos Clérigos. Longe disso. Muito longe. Nem encheu as medidas de um Coliseu cinzento, como o tempo que fazia lá fora, misturado com tons cor de laranja berrantes. (É bom que a
Optimus traga até cá artistas porreiros, mas exagera na publicidade que cria em torno dos espectáculos.) Eu não contava que houvesse primeira parte. Não sabia. Nem soube nem quero saber quem são o rapaz e a rapariga que a um quarto de hora para as 22 saltaram sem mais nem menos para cima do palco. Ele até podia saber tocar e fazer umas brincadeiras, mas ela nao sabia dançar quanto mais cantar. Depois, o momento mais aguardado. Eu ainda conseguia estar bem disposto, aliás, nunca vou para um concerto de outra maneira, e levava comigo uma grande espectativa. Para além disso, os ecos vindos de Lisboa falavam em algo arrebatador. No Porto isso não aconteceu. Cá, houve uma
jukebox a tocar repetitivamente até ao fim com todas as músicas a soarem ao mesmo. A pior
The Greatest que já ouvi. Sem improviso em todo o alinhamento. Houveram também números que me deram a sensação de
déjá vu. (Ou eu não devia ter lido as crónicas do concerto da capital ?! Se calhar não, mas foi muita a curiosidade). Gente que se levantava constantemente da plateia, não para aplaudir mas para sair. Sim, para sair. Palmas descompassadas e forçadas. Gritos histéricos próprios destas coisas, mas que ali pareceram completamente inoportunos. Flores que não me fizeram sorrir, mas rir. Apenas
Blue deu cor ao espectáculo.
Ainda bem que em Dezembro de 2006 estive no Batalha. Lá as coisas também não foram perfeitas. Foram melhores. No entanto, este primeiro grande barrete da minha vida não muda a minha opinião. Há ali uma grande voz, belas letras, e atrás uma grande banda. Só que há noites e noites.