sexta-feira, janeiro 26, 2007

Breve história da muralha Fernandina

A muralha Fernandina foi construída para substituir a antiga cerca alto-medieval que no século XIV se mostrava demasiado pequena face ao desenvolvimento da cidade. Em 1336, D. Afonso IV manda erguer a nova muralha que só ficaria concluída por volta do ano de 1376, já no reinado de D. Fernando, de quem conservou o nome. A nova muralha tinha a extensão de 3.000 passos e 30 pés de altura. Actualmente encontram-se apenas à vista o pano de Santa Clara - restaurado nos anos 20 - e o trecho de S. João Novo.

Vista da Serra do Pilar (Gaia)
O traçado da muralha começava no Postigo do Carvalho, que se chamou mais tarde de Postigo do Sol. Seguia pelo local onde está o Governo Civil e o Teatro de S. João, passando depois à Rua de Cimo de Vila. Continuava em direcção ao sul pela Calçada de Santa Teresa até junto da Igreja dos Congregados e depois ia em linha recta ao longo do actual edifício das Cardosas, onde estava a Porta de Santo Elói. Seguia pela Calçada dos Clérigos até à Cordoaria (Porta do Olival). Descia depois em direcção à Rua do Calvário. Seguia o rio pelo noroeste da Rua da Cordoaria Velha, atravessando a Rua da Esperança e continuava até ao rio (Porta Nova). Esta Porta foi aberta, em 1552, por ordem do Rei D. Manuel I, vindo substituir e alargar o Postigo da Praia. Foi demolida em 1872 quando se abriu a Rua Nova da Alfândega.

Vista do tabuleiro superior da Ponte D. Luís I. Ao lado o funicular dos Guingais a meio de uma das suas viagens diárias.
A muralha continuava paralela ao rio até subir para Santa Clara. Continuava em direcção ao Postigo do Carvão, o único que ainda existe. Mais adiante havia o Postigo do Peixe. A seguir ficava a Porta da Ribeira, demolida em 1774 quando se decidiu construir a Praça da Ribeira.

Vista do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I
Existiam ainda mais quatro postigos, o do Pelourinho, o da Forca, o da Madeira e o da Areia. Depois deste último a muralha deixava de acompanhar o rio e subia até à Porta do Sol.


Texto integralmente retirado do Primeiro de Janeiro, edição do dia 02/01/07

sábado, janeiro 20, 2007

Hoje foi aqui

Café Ceuta, Porto, na rua com o mesmo nome
O ritual do café

"(...)Aspiro, feliz, da manhã tranquila, o seu odor
A quente café e à relva orvalhada.
Olho o céu e sorvo um gole, outro e outro.

E assim me quedo, por instantes longos.

Entre o prazer forte do café e a doçura da manhã
Mais um dia de vida se inicia!"

Excerto de poema de Ilona Bastos

quinta-feira, janeiro 11, 2007

A virtude Garrett

Almeida Garrett

"Se, na nossa cidade, há muito quem troque o b por v, há muito pouco quem troque a liberdade pela servidão." Esta frase de Almeida Garrett colocou o Porto em evidência. O poeta, por estas e por outras palavras, também gestos, é assim considerado o filho mais genial da cidade. Que revelava segurança quando falava em liberdade. Foi por isso que conseguiu, segundo ele, a reforma das suas armas, aprovada pelo Rei, colocando-lhe "em escudo de honra, no meio, o coração de D. Pedro", o Rei-Soldado como era seu epíteto e que trazia a liberdade que o poeta tanto apreciava. Então, Garrett e D.Pedro desembarcaram no Mindelo para dar umas fortes "arrochadas" nos miguelistas, que durante bastante tempo tomaram o poder. Foi mesmo durante o Cerco do Porto que Garrett declarou amor à cidade onde nasceu, escrevendo-lhe um romance. É assim, Almeida Garrett, uma das maiores virtudes do Porto. De acordo com outro grande poeta da cidade, Eugénio de Andrade.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Um novo livro



"Porto, da cidade inventada" é o título da obra mais recente do escritor e professor Hélder Pacheco. Um novo livro a juntar a uma colecção que o autor dedica á sua cidade. "A cidade como se é o Porto como se nada tivesse mudado. (E, em certas ruas e sítios, por fora, de facto mudou). Mas refiro-me a nada ter mudado por dentro (de nós), nos afectos e memórias e na relação de amor unívoco que com ele mantemos. A cidade como se é possível ser inventada - entendi distintamente a significação de tal ideia. À boa maneira pragmática do burgo, existe porque sim." Uma maneira diferente de viajar no Porto, mas sempre com o mesmo sentimento. Um belo passeio folheado ao longo de mais de 200 páginas.

segunda-feira, janeiro 01, 2007