terça-feira, outubro 31, 2006

Ponte Luís I, 12 décadas de existência


Projectada pelo gabinete de Eiffel, é inaugurada a 31 de Outubro de 1886, pelo próprio Rei D. Luís I. Substitui a Ponte Pênsil e transforma a Ribeira, que entretanto perde importância face ao novo porto de Leixões. Permitiu, então, uma ligação rodoviária desafogada entra as zonas baixa e alta de Vila Nova de Gaia e do Porto e, de uma forma mais geral, entre o norte e o sul do país, durante décadas.

domingo, outubro 29, 2006

Nos semáforos de Santa Catarina


Ao menos os teus olhos
permanecem verdes
todo o ano.
Jorge de Sousa Braga, poeta contemporâneo português

sábado, outubro 28, 2006

Hoje "viajámos" no comboio de ontem


" No tempo da minha avó, a velha travessia da periclitante “ponte de D. Maria Pia”, à chegada ao Porto, era sempre antecedida de um acto de contrição, rezado em voz alta no silêncio da carruagem - e eu aterrorizado, de mão dada com ela, olhando as águas escuras do rio, lá em baixo, que esperavam para me engolir. Disso, está agora poupado o meu filho. Infelizmente, já não chegaremos também a S.Bento, depois de mergulharmos naquele túnel escuro, cheio de fuligem e ruídos metálicos de travões sobre os carris, mas que dava um ar final de mistério e aventura à viagem. Sairemos antes em Campanhã e apanharemos um táxi para eu lhe mostrar a minha terra: a Boavista, a Foz, o Campo Alegre, a Ribeira. A meio do passeio lancharemos na «Arcádia»..."

Miguel Sousa Tavares, in ´Não te deixarei morrer, David Crockett´
( Uma pequena homenagem aos 150 anos do caminho-de-ferro em Portugal, a comemorar esta semana. Há século e meio atrás, neste dia, fazia-se a primeira viagem de comboio, e...«a manhã de 28 de Outubro de 1856 "apareceu radiosa e luminosa, com um sol outonal, mas escaldante", segundo os relatos da época.» Tal como hoje. )

sexta-feira, outubro 27, 2006

Houve luz na artéria principal


Foi perante um Coliseu cheio e entusiasta que os GNR se apresentaram para comemorar os 25 anos de carreira, na noite da última quarta-feira. E só podia ser assim. Num concerto baseado no album ´Revistados 25-06´ e também no último ´ContinuAcção´, a banda liderada por Rui Reininho, mostrou que continua bem viva. Passaram no palco alguns dos seus melhores temas, como Morte ao sol (1989), Dunas (1985), Sangue oculto (1992), Sub-16 (1992), + Vale nunca (1994), Popless (2000), Sexta-feira (um criado seu) (2002), entre outros, e alguns deles contaram com a colaboração preciosa de três convidados especiais. A guitarra eléctrica de The Legendary Tiger Man abriu o espectáculo com Portugal na CEE, o rap de NBC disse presente em Bemvindo ao passado e a voz forte e marcante de Sónia Tavares, vocalista dos The Gift, elevou a sala com Asas (eléctricas). Valeu a pena “ser um GNR”, numa noite em que a mais importante sala de espectáculos da cidade do Porto foi a "artéria principal", com muita pronúncia do norte. E depois de Ana Lee, na voz de Rui Reininho, nos ter acenado e dito “xau”, tudo o que se pede é que haja...continuAcção.

(E como é tão boa a sensação de, bem junto ao palco, olhar em redor e poder observar a abundância, a mistura de cores, de um Coliseu rendido, repleto e ao rubro...)

segunda-feira, outubro 23, 2006

Porto...de música


Até ao fim do ano, a boa música portuguesa vai marcar forte presença na nossa cidade. Na próxima Quarta-feira, os GNR apresentam no Coliseu, pelas 22h00, o espectáculo ´ContinuAcção´, que está a gerar grandes espectativas visto que é o concerto comemorativo dos 25 anos da banda nascida na Invícta.
Nos dias 3 e 4 de Novembro, é a vez do também portuense Rui Veloso actuar no Coliseu. Curiosamente, o cantor comemora também 25 anos de carreira, e no palco promete trocar ´os vês pelos bês´, recordando muitos dos sucessos que ao longo destes anos foram a banda sonora das nossas vidas. E na primeira semana de Dezembro, é Sérgio Godinho quem visita a cidade do Porto, onde na Casa da Música apresentará o seu novo album de originais, intitulado ´Ligação directa´.
Três momentos musicais que certamente ficarão registados nas melhores e mais bonitas memórias da cidade.

terça-feira, outubro 17, 2006

Nicolau Nasoni

Palácio de Mateus, Vila Real

Palácio do Freixo, Porto


Igreja do Bom Jesus, Matosinhos

O “arquitecto do Porto” é uma referência de tal modo importante do século XVIII do Norte de Portugal que se torna por vezes difícil de determinar onde acaba a sua obra e começa a sua influência.
Nicolau Nasoni (1691 – 1773) nasceu em Florença, passou pela ilha de Malta e veio para o Porto por volta de 1725 para pintar interior da Sé.
São inúmeros os trabalhos de Nasoni no Porto e Norte de Portugal, em artes que vão desde a arquitectura à ourivesaria passando pela escultura. Entre estes trabalhos destacam-se a famosa Torre dos Clérigos, o Palácio do Freixo, a planta do Paço Episcopal, o retábulo da Igreja de Santo Ildefonso, o Frontispício da Igreja da Misericórdia e ainda a Sé de Lamego, o corpo central do Palácio de Mateus em Vila Real e a Igreja do Bom Jesus em Matosinhos.
Como tantos outros artistas morreu inexplicavelmente na pobreza a 30 de Agosto de 1773 e foi sepultado precisamente na Igreja dos Clérigos, não se conhecendo, porém, o local exacto onde se encontra o seu túmulo.

domingo, outubro 15, 2006

Os 5O anos do Pavilhão Rosa Mota

O Porto comemora hoje o cinquentenário do edifício modernista, desenhado pelo arquitecto Carlos Loureiro, que ocupou o espaço onde anteriormente existiu o Palácio de Cristal, facto que não agradou a uma parte dos portuenses por ter obrigado à demolição do edifício de granito, ferro e vidro inaugurado em 1865.
O dia é assinalado por um concerto de Jorge Palma no interior do pavilhão, seguido de um espectáculo pirotécnico nos jardins circundantes.
Mais odiada do que amada, a calote semi-esférica e verde construída nos jardins do Palácio de Cristal é um hoje um marco da paisagem portuense e o único equipamento polivalente de grandes dimensões de que a cidade dispõe. Mais do que isso, o Pavilhão Rosa Mota está indelevelmente inscrito na História da cidade e do país. Por ali passaram, entre muitos outros, o antigo presidente soviético Mikhail Gorbatchov (num comício de aniversário do PCP, na década de 1980), o atribulado congresso fundador do CDS ou o Dalai Lama, líder espiritual dos budistas.
E são 50 anos de história(s). Tudo começou com a ideia da Câmara do Porto em realizar o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins. Foi tomada a decisão de demolir o antigo Palácio de Cristal para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, a inaugurar em 1852.

Daí por diante, o Pavilhão dos Desportos foi cumprindo a sua função até ao final da década de 80, acolhendo eventos desportivos (voltou a receber o Mundial de Hóquei), mas também políticos e industriais. Findo este período, contudo, o pavilhão apresentava fortes sinais de degradação, passando a ser praticamente inútil também para a prática de desportos de alta competição. Rebaptizado em homenagem a Rosa Mota, a campeã olímpica da maratona natural do Porto, o equipamento veio a ser objecto de profundas obras de remodelação em 1990, reabrindo em Julho de 1991 para acolher a 30ª edição do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. Todavia, a filosofia desta intervenção visou, desta feita, transformá-lo num "pequeno Paris-Bercy" - o grande pavilhão polivalente parisiense -, dotando-o de condições técnicas para a realização de inúmeros eventos, evitando-se a degradação com a substituição dos pisos consoante as modalidades a praticar.

Durante os primeiros tempos, acolheu ainda as modalidades amadoras do FC Porto, nomeadamente os jogos de basquetebol, tendo ali sido disputadas algumas das mais importantes partidas da melhor época de sempre da equipa a nível internacional. Na memória ficam ainda um jogo de exibição dos Harlem Globtrotters, o concerto de inauguração da Capital Europeia da Cultura ou, mais recentemente, os concertos do canadiano Bryan Adams e dos Simply Red.

Apesar das espectativas então criadas, o Pavilhão Rosa Mota nunca chegou a assumir, porém, grande protagonismo na animação da cidade. O espaço não tem, assim, sido devidamente rentabilizado, esperando-se que o novo modelo de gestão, a apresentar em breve, possa contribuir para aproximar o Rosa Mota dos ambiciosos objectivos que presidiram à sua remodelação no início da década de 1990.

Adaptado da edição do "Público" de 15 de Outubro de 2006

quinta-feira, outubro 12, 2006

Mar, rio e Património da Humanidade.




São inúmeros os miradouros espalhados pela cidade do Porto e até na vizinha Vila Nova de Gaia que, de uma posição elevada, nos permitem desfrutar de magníficas visões panorâmicas.
Estas fotos foram tiradas de um desses miradouros. No entanto este não figura em nenhum dos inúmeros itinerários turísticos da nossa querida cidade. Este miradouro é a minha casa. Esta é uma das vantagens de viver do outro lado do rio.
Agora digam lá, sou ou não um privilegiado?

segunda-feira, outubro 09, 2006

VIII PortoCartoon




Sugestão cultural do Portus Cale para quem gosta de rir de assuntos sérios. É esta a proposta do VIII PortoCartoon, que pode ser visto até 31 de Dezembro no Museu Nacional da Imprensa, este ano com um tema actualíssimo: "A Desertificação e Degradação da Terra".
O PortoCartoon é o maior festival de caricatura na Península Ibérica e um dos três maiores do Mundo.
Visita e
Diverte-te a Pensar.

domingo, outubro 08, 2006

Não se...e não nos...



"Ajudem-nos" a divulgar, ainda mais, o Porto. As vossas opiniões e/ou sugestões, serão sempre bemvindas. Para que o nosso Portus Cale seja também vosso. Comentem! Contámos convosco. ( Na imagem, passe a publicidade, a Casa Cálem, que se dedica desde 1859, à produção, envelhecimento e comercialização de Vinhos do Porto. )

quinta-feira, outubro 05, 2006

Subindo o Morro...

Funicular dos Guindais, 1891


Funicular dos Guindais, 2006

Inaugurado pela primeira vez em 1891, o Funicular dos Guindais acabaria por ter vida curta quando em 1893 se deu um grave acidente que o condenaria, apesar das reparações feitas na altura, ao encerramento. Depois de mais de um século parado, o Funicular voltou a ganhar vida em 2004, ligando novamente a Batalha à Ribeira. Funciona agora como atracção turística que os portuenses podem e devem utilizar como um privilegiado meio de transporte. Em apenas dois minutos usufruímos de uma viagem memorável e desfrutámos de uma magnífica vista sobre o Douro e a Ponte Luiz I.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Passeio Alegre


Chegaram tarde à minha vida
as palmeiras. Em Marraquexe vi uma
que Ulisses teria comparado
a Nausicaa, mas só
no jardim do Passeio Alegre
começei a amá-las. São altas
como os marinheiros de Homero.
Diante do mar desafiam os ventos
vindos do norte e do sul,
do leste e do oeste,
para as dobrar pela cintura.
Invulneráveis - assim nuas.
Eugénio de Andrade